quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Jornal Vanguarda em 29.09.2011

DIZ QUE É, MAS NÃO É!

    O questionamento sempre foi o mesmo: “ser ou não ser, eis a questão”. Mas tirando o romantismo de Shakespeare, a pergunta continua sempre presente em nossas rodas de conversa. Afinal, somos ou não somos fieis àquilo que acreditamos?
    Quem teve a oportunidade de participar da liturgia ou ao menos ouvir o evangelho do último domingo vai lembrar da mensagem que estava contida na parábola contada por Jesus. Ao pedir algo aos filhos, a resposta do segundo filho ao pai nos parece muito familiar: Sim, eu vou! Mas não foi.
    É muito fácil – e até conveniente – dizer que se faz alguma coisa, que se compromete com algum trabalho, que ajuda uma ou outra pessoa ou situação, mas no fundo, não faz exatamente aquilo. Tem muita gente ocupadíssima em não fazer nada. Ou faz, mas não aparece.

SIM, EU VOU...

    Promessas. As pessoas estão fartas de promessas. Em determinados períodos de nossa breve existência nos enchemos de promessas. A cada virada de ano fazemos promessa para emagrecer, para mudar de emprego, para estudar mais, trabalhar mais, ganhar mais. Em outros momentos também ouvimos muitas promessas. Porém, tanto no primeiro caso como no segundo, pouco se realiza.

... MAS NÃO VOU!

    Prometer é fácil; cumprir as promessas é algo bem mais complexo. Há os que são impedidos de cumprir suas promessas e há também aqueles que nem se importam com o que foi prometido. O que foi já é passado. É preciso ser mais fiel ao que se promete.

DIZ QUE NÃO É...

    Conheço muitos que se julgam bons cristãos, mas tem uma dificuldade enorme de sair das suas comodidades para praticar sua fé. Vivenciamos um tempo de fé intimista, onde o que importa é minha fé e Deus. O resto fica em segundo plano.

... MAS É!

    Em contrapartida, conheço gente que nem se considera cristão, nem religioso, nem fiel, mas que pratica gestos concretos de solidariedade que deixaria muitos beatos de sacristia com um dedinho de inveja. Inveja santa, é claro. Vale fazer o bem, independente da cultura religiosa que professe. Precisamos de pessoas comprometidas com a transformação do mundo, dispostas a colaborar na construção de uma sociedade mais justa, sonho de Deus.